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Macau SAR of PRC
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Princípios
de intervenção
Como
ponto de partida para o estabelecimento de princípios geradores de uma
estratégia de intervenção para a renovação do recinto da antiga fábrica
de panchões lec-Long em Parque Urbano será o correcto entendimento
museográfico sobre as preexistências do lugar do âmbito muito
particular do património arqueológico industrial.
Neste
caso surge bastante útil o significado lato da designação fábrica para
a identificação de princípios geradores de padrões que determinam a
regra de ocupação de um território neste caso adaptado às condições
de organização de um conjunto interrelacionado que traduz uma estrutura
de produção que também se designa por Fábrica, mas em sentido estrito.
No
âmbito particular da museografia associada à arqueologia industrial, os
elementos o estruturas a exibir deverão comunicar de uma forma quase didáctica
as suas funções e interrelações nos sistemas a que pertencem como
documento de urna actividade, sistemas esses que deverão ser perceptíveis
nos seus dispositivos, e identificáveis na sua estrutura global definindo
o padrão (fábrica), que traduz uma actividade industrial.
Foi
tomando este preceito por princípio que se desenvolveu uma metodologia de
padrões que permite conciliar as preexistências com as novas intervenções
num universo global de níveis sobrepostos a que correspondem categorias
distintas e identificáveis de informação.
Da
mesma forma que esta metodologia salvaguarda o rigor documental da
intenção,
ela serve de princípio disciplinador das categorias plásticas em que são
assimiladas as novas construções.
Na
prática, podemos enunciar os seguintes princípios de intervenção:
-
Contribuir
para a consolidação do tecido urbano do núcleo original da Vila da
Taipa, através da requalificação do espaço do recinto da Fábrica
de lec-Long como Parque Urbano, com funções complementares o
integradas na zona central de recreio e lazer do Carmo.
-
Integrar
os elementos tipológicos caracterizadores da fábrica na estrutura e
desenho do novo Parque, como processo de recuperação de formas
culturais da Ilha da Taipa e de integração na nova dinâmica de
desenvolvimento urbano.
-
Estabelecer
e potenciar as relações físicas e visuais entre áreas confinantes
do tecido urbano, através do estabelecimento de acessibilidade e
circulação interna, tornando o Parque um espaço permeável.
-
Desenhar
uma estrutura espacial que sistematize de modo claro e eficaz a
aparente irregularidade geométrica e a contradição formal das
implantações existentes. 0 Parque será uma fábrica no sentido
primitivo do termo, um tecido urbano identificável e utilizável
pelos utentes.
-
Integrar
os sistemas construtivos como expressão do desenho do Parque evitando
desfasamentos inúteis entre Formas e Funções, optando por materiais
e técnicas construtivas de fácil execução e manutenção, e de
grande resistência.
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Conceito
e tipologia
O
Parque é um espaço claramente delimitado e com acessos definidos o
controláveis. A sua compartimentação é feita por construções
recuperadas ou propostas, ordenadas segundo dois eixos
e articuladas pela praça de entrada, a que chamámos Praça da
Fonte dos 4 Sítios, sendo os eixos reforçados por alinhamentos e maciços
de árvores. Estes eixos definem três grandes espaços abertos: a
clareira da frente urbana, cuja superfície é revestida por um prado; a
clareira do canal cujas margens são revestidas por estrato herbáceo,
arbustivo e palmeiras; e a clareira do lago, que se articula com um prado
onde se localiza o parque infantil.
O
sistema distributivo é composto por um anel trapezoidal, que articula os
percursos transversais de atravessamento do Parque e de ligação urbana.
A
tipologia do Parque caracteriza-se pela disposição paralela e alternada
de superfícies longitudinais com funções diferenciadas e em sequência:
plataforma de esplanadas da frente urbana; prado com maciços de árvores;
alameda com pavilhões de comércio e serviços; jardim centrado no canal;
sequência de equipamentos; lago e prado. Estas sequências são
articuladas por outro eixo perpendicular que aglutina o espaço da Praça
de entrada, a Praça das Artes e o Museu da Fábrica.
A
delimitação dos espaços referidos é feita pelo sistema de percursos
hierarquizados, e todo o conjunto é relacionado pelo percurso central
fechado sobre si próprio. |
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Espaços
Estruturantes e Espaços Temáticos |
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Fábrica
(item
A): espaço que inclui os pavilhões de exposição e os pavilhões de
fresco, os muros de taipa existentes entre elos, que serão recuperados, e
as intervenções plásticas a definir nos locais onde terão existido
outros muros de que não restam vestígios. Tipologia: plano pavimentado
com desenho rigoroso, que evidencia o carácter das construções, com uma
única grande árvore, já existente.
A
intervenção no espaço designado por Fábrica
pretende principalmente valorizar a carga expressiva das relações de
posição e orientação das construções. A proposta caracteriza‑se
principalmente pela criação de um pavimento envolvente como uma base
neutra, executado em material desagregado (gravilha ou seixo miúdo solto)
que evidencie o carácter rigoroso e vigoroso da presença daquelas
construções,
Da
leitura perspética do espaço surgem marcações de escala, de recortes,
de proximidades e principalmente de clausuras o fecho de vistas, que
conferem características labirínticas ao espaço, que neste caso
constitui uma das vertentes lúdicas do parque, vertente essa que
constitui também uma referência a um dos elementos tipológicos da história
da Arquitectura de Jardins.
No
lugar onde terão existido dois muros de protecção, mas de que hoje já
não há vestígios, propomos intervenções plásticas que reconstituam
ainda que de maneira virtual essas construções. Todos os restantes muros
em taipa pretende-se que sejam recuperados.
Representando
o espaço um labirinto, com possibilidades de avistamentos instantâneos,
eixos visualmente bloqueados e vistas nunca absolutamente esclarecedoras,
o visitante necessita de um outro sistema de registo que lhe forneça
informação daquilo que não consegue ver. Neste novo registo o elemento
sinalético passa a ser o pavimento que, tratandos-e de um pavimento
desagregado, estabelece um sinal acústico revelador de todos os
movimentos que acontecem no recinto, e que não se vêem, resultantes do
pisar da gravilha.
Overall Plan View
Overall South View
Overall North View
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Praça
das Artes
(item B): espaço de articulação entre o pavilhão das Artes Marciais, a
Casa das Artes, o recinto murado dos pavilhões de exposição e a Praça da
Fonte; e de distribuição para o eixo de equipamentos e para o lago.
Tipologia: plano pavimentado com áreas plantadas e tanques.
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Praça
da Fonte dos 4 Sítios ( Item C)
Espaço de recepção e distribuição dos utentes pelo acesso da Rua
de Fernão Mendes Pinto, arliculando o Edifício Administrativo, a Casa de
Chá, o Edifício da Manutenção (ou casa dos jardineiros) e a Praça das
Artes. Tipologia: plano pavimentado com duas fontes, uma aproveitando as
quatro eiras existentes e outra na geração do canal.
O
elemento mais protagonista deste lugar é a ocupação do pavimento por um
elemento plástico animado por água que deriva directamente das 4 eiras
quadrangulares em plano inclinado que ocupam hoje o pavimento deste lugar.
Tirando partindo da vocação plástica dessas formas, que constirtuem uma
memória do lugar, propõe-se o seu enquadramento num tanque
afundado em relação ao pavimento que confira melhor e mais extenso
recorte à forma, e que recolha a água que irá animar o pavimento
levemente inclinado dessas superfícies. A existência de relevos
expressivos nessas superfícies resultariam como uma animação acrescida
pela vibração do brilho da água a correr.
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Jardim
do canal
(item D): espaço de deambulação e contemplação; estadia eventual e
integração do pequeno templo. Tipologia: clareira definida por maciços
de árvores e arbustos, o revestida por herbáceas e lianas escandescentes,
atravessada por percursos irregulares ao longo do canal. 0 canal tem o seu
percurso rematado pela fonte, e diametralmente oposto, o conjunto
do tanque de queda e da porta de água. |
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Lago
(item E): o plano de água do lago funciona como elemento aglutinador
de vários equipamentos do
Parque, como o anfiteatro, o pavilhão de leitura, o pavilhão do lago e a
ruína, que gravitam em seu torno envolvidos por grandes maciços de bambus.
Define espaços de estar (pavilhão); de contemplação sobre a colina da
Taipa Grande ou sobre o lago. |
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Clareira
do Prado
(item
F): espaço de recreio livre; de contemplação da colina do Carmo; de
articulação com a entrada do Templo; e de estadia informal. Tipologia:
plano revestido por um prado, enquadrado por maciços de árvores, e pelo
conjunto de arvores alinhadas que organizam o espaço da entrada e da
Fonte do Templo.
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Esplanada e Frente Urbana
( Item G):
O elemento de Frente Urbana a caracterizar como plano marginal
do lote adjacente objecto de um Plano de Pormenor obriga ao
estabelecimento de regras
prévias de ocupação desse lote. Assim, torna‑se imprescindível a
existência de uma via de penetração que serve simultaneamente a banda
habitacional, recentemente edificada nesse lote, e os lotes a edificar que
irão satisfazer o requisito de frente urbana para o Parque. Estas
construções terão o mesmo regime de propriedade dos restantes lotes do
mesmo quarteirão, salvaguardando-se que aos detentores das lojas do piso
térreo seja atribuído o encargo da concessão que lhes permite a utilização
das esplanadas de frente urbana do Parque.
A
ocupação proposta para estas construções de Frente Urbana é de 3
pisos, não devendo ultrapassar os 9.20m de altura. Estas instalações
serão servidas, abastecidas e acessíveis pela rede viária do lote
adjacente e possibilitando-se, do mesmo modo que ao Restaurante, o
funcionamento em horários independentes dos que venham a ser estipulados
para funcionamento do Parque Urbano.
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Parque
Infantil
(Item H): situa-se na clareira nascente, envolvido por árvores e
prolongando-se pelo prado. Tipologia: consiste numa caixa de areia
circular delimitada por peças de madeira. Os aparelhos serão dispostos
no seu interior. |
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Overall Plan View
Overall South View
Overall North View
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Alameda
(item
I): espaço linear de percurso o que sistematiza os pavilhões comerciais;
do articulação com a entrada poente e a praça da Fonte; o de distribuição
aos percursos transversais. Tipologia: plano alongado e pavimentado, que
suporta os alinhamentos dos pavilhões e de árvores existentes, sendo
rematado pela entrada poente e pela Fonte da Alameda, junto do edifício
da manutenção. |
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A.
DISTRIBUIÇÃO FUNCIONAL
A
proposta prevê a distribuição homogénea das funções no recinto.
Assim as esplanadas estão concentradas num único espaço em plataforma
elevada o dominante sobre o prado; as áreas abertas de prado que permitem
o recreio informal situam-se nos topos opostos do Parque, mais
relacionadas com as esplanadas ou com a zona do recreio escolar, o com fácil
acesso do exterior; o equipamento comercial situa-se num eixo único
formando uma frente de rua relacionada com a entrada principal; a sequência
dos equipamentos tais como o Anfiteatro, a Biblioteca, o Pavilhão das
Artes Marciais e a Casa das Artes, encontram-se no interior do
Parque ligados ao exterior pela Praça da Fonte; e o Jardim do Canal
encontra-se contido entre os eixos referidos e relaciona-se
com a Praça da Fonte através da Casa de Chá, que tem como tema a
contemplação do canal.
Acessibilidade
e aspectos distributivos de circulação
Os
acessos a partir das periferias envolventes foram escolhidos tendo em
conta a circulação interna; o atravessamento e ligação entre a Vila da
Taipa velha e nova; os acessos existentes; a distância máxima de 80m de
frente de rua a percorrer.
São
propostas cinco entradas possíveis para o interior do Parque: acessos
principais pela Rua Seng Tou, pela Calçada do Carmo e pela Rua Fernão
Mendes Pinto, interligados entre si através de percursos internos;
acessos secundários a partir do recreio escolar e da frente urbana
proposta. Das entradas referidas, três permitem acesso de viaturas
eventual, no caso de cargas, descargas e combate a incêndios, sendo os
restantes exclusivamente pedonais.
A
circulação interna assenta numa estrutura de caminhos de duas dimensões:
2.50m o 1.60m, respectivamente em calçada de granito e seixo miúdo, que
hierarquizam o valor distributivo dos mesmos. A estrutura consiste numa
sequência de caminhos paralelos com direcção aproximada noroeste-sul
deste e que são responsáveis pela acessibilidade aos vários espaços do
Parque e ao exterior, e um anel quadrangular que os relaciona entre si e
estabelece fluidez interna ao criar uma malha aberta. Os espaços
estruturantes descritos completam a acessibilidade ao articularem
diferentes áreas ou pontos de importância. |
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02 Feb 2006 |